Mais de 40 anos de casamento não foram suficientes para estancar a vontade do Reino Unido de se livrar de seu cônjuge. A relação entre Londres e Bruxelas já não é a mais exemplar, a paixão esmoreceu e os ideais unívocos que nortearam a aliança dos britânicos com o bloco europeu não são relevados.
Após o esmagador número de votos a favor da saída do Reino Unido da União Europeia (UE), consumou-se o divórcio que deu a uns alívio, por um lado, e a outros insatisfação, por outro lado. Em agenda, segundo os eurocépticos, estão as questões do controlo das fronteiras e da imigração.
As negociações vão continuar em curso depois da aplicação do Artigo 50 do Tratado de Lisboa, que estipula a possibilidade de qualquer Estado-membro sair de forma voluntária da UE num prazo de 2 anos. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirma que se trata de um «processo lento» que pode «exceder os 2 anos» previstos pelo Artigo 50. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, anuncia a sua demissão do governo e apela para uma «profunda reflexão» antes de se iniciar o processo de negociação da saída efectiva.
Em contramão, com 62% do eleitorado a favor da permanência, a Escócia reivindica um referendo de independência, enquanto a Irlanda do Norte pondera uma reunificação com a Irlanda.
Como quem não está implicado tem os melhores conselhos, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, diz ser importante que «não se perca a cabeça».
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