Há muito que a Catalunha casou com a Espanha. Na fase inicial da unificação era tudo tão intenso: uma rapidinha em Castela, outra em Aragão. Sexo incansável. Alguns vizinhos duvidavam da durabilidade e das motivações desta relação.
Como todo mundo sabe, geralmente, a vizinhança é invejosa e barulhenta. Ainda mais no séc. XV em que a inveja era uma peculiaridade dos impérios: o poder consubstanciava -se na apropriação de «espaços vitais». Portugal chegou a levar umas 'falidas' na era do domínio filipino (1580-1640), mas, cá entre nós, uma 'falida' é só uma 'falida'. Nada a sério.
Desde que a Catalunha foi infectada pelo bichinho da «Renaixença», parou de pensar no cônjuge e arrogou-se de suas próprias proezas. Espanha esteve sempre à coca. Seguiu, milimetricament
Ressalta-se autonomia, não independência. Postos os papéis na mesa, «constituia-se em 1978» um matrimónio, que se supõe democrático, sob a aura simbólica da nobreza.
Volvidos 39 anos, na sequência de algumas insatisfações acumuladas pelo tempo; a Catalunha dividiu-se em dois grupos — separatistas e unionistas.
Na Generalitat (Governo Autónomo da Catalunha), as bandeiras içadas perigam a unidade do Estado espanhol, que se vê envolto numa constrangedora e confrangedora situação.
Com total apoio do rei da Espanha, Filipe VI, Mariano Rajoy admoesta o Governo catalão que recupere o bom senso e garante, em tom ameaçador, que pode recorrer ao artigo 155, que permite ao Governo espanhol assumir o controlo daquela região que, por fortuna, pode perder a autonomia, caso se viole o princípio da legalidade. À semelhança de um pai incomum que diz 'vou bater-te, constitucionalm
De olhos vendados para o próprio país, o presidente venezualeano, Nicolas Maduro, que a todo custo viola a constituição e a dignidade dos venezuelanos, repugna a violência desencadeada pela segurança espanhola e tacha Rajoy como ditador. Nicola Sturgeon, primeira-minist
Carles Puidgemont mostra ter sangue de barata, o homem não se verga fácil, contudo, caso Cervantes permita o julgamento, a atitude do presidente da Generalidade da Catalunha é meio quixotesca.
Se se tratar de uma réplica de Dom Quixote; então, faltar-lhe-ia a companhia de Sancho Pança para injectar um pouco de realismo. Ou talvez não falte. O «micropoder foucaultiano» ganha algum fundamento aqui. A acrescentar à balbúrdia, «juntaram-se pelo sim» muitas figuras públicas catalães e estrangeiras.
O referendo 'incontistucion
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